abc+

POLÍCIA FEDERAL

"Patroa" do PCC é presa no dia da posse como estagiária de Direito no Ministério Público

PF está convencida de que e estudante, suspeita de liderar ataques do "novo cangaço", foi infiltrada para acessar informações privilegiadas sobre investigações sigilosas

Publicado em: 12/09/2024 às 15h:22 Última atualização: 12/09/2024 às 15h:23
Publicidade

A Promotoria de Justiça de Itapeva, no interior de São Paulo, iria ganhar uma estagiária, Elaine Souza Garcia, na última terça (10), mas a posse da estudante de Direito foi barrada por uma ação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público estadual após a descoberta de suas ligações muito próximas com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Elaine carrega a alcunha de “Patroa” da facção. Ela foi presa pouco antes de assumir suas funções no MP paulista.

"Patroa" do PCC é presa no dia da posse como estagiária de Direito no Ministério Público | abc+



“Patroa” do PCC é presa no dia da posse como estagiária de Direito no Ministério Público

Foto: Reprodução/PF

Alvo da Operação Baal, Elaine está sob suspeita de liderar ataques do “novo cangaço” – ações brutais de grupos armados da facção que espalham o terror em cidades menores do interior paulista e de outros estados para roubos de empresas de valores e invasão de bancos. 

A reportagem busca contato com a defesa. O espaço está aberto para manifestações. 

Segundo publicação no Diário Oficial do Estado, Elaine foi convocada para assinar, a partir de 9 horas da terça, o termo de posse na Promotoria de Itapeva, município com cerca de 90 mil habitantes situado a 290 quilômetros de São Paulo. 

Os promotores da Operação Baal estão convencidos de que o PCC tentou infiltrar “Patroa” no Ministério Público para levantar informações privilegiadas sobre investigações sigilosas.

Na terça, a PF deflagrou a segunda fase da Operação Baal para prender três integrantes do “Novo Cangaço”. As investigações foram abastecidas por vídeos em que um CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) dá aulas de tiro de fuzil para outro integrante do grupo. 

Segundo a PF, um investigado preso na nova fase da Baal é ligado ao PCC. Ele ficou foragido de 2005 até 2024, quando foi localizado e detido em outra ação da Promotoria de Justiça de Campinas. Na ocasião, foram apreendidas armas, acessórios, munições, roupas camufladas e outros objetos usados na execução de crimes marcados por extrema violência. 

A Operação Baal levou o Ministério Público a denunciar 18 integrantes de uma quadrilha que promoveu uma onda de ataques do “Novo Cangaço”. A Justiça tornou réus os acusados. A Promotoria pede que cada um deles seja condenado ao pagamento de R$ 5 milhões a título de indenização por danos morais à coletividade. 

A primeira fase ostensiva da investigação foi deflagrada em maio, quando a Polícia Federal e o Ministério Publico de São Paulo cumpriram 12 ordens de prisão temporária e prenderam em flagrante quatro suspeitos por posse ilegal de arma. 

“As ações investigadas constituem uma modalidade de conflito proveniente da evolução de crimes violentos contra o patrimônio, no qual grupos criminosos subjugam a ação do poder público por meio do planejamento e execução de roubos que causam um verdadeiro terror social”, destacou a PF. 

Durante as diligências da primeira fase da Baal, foram apreendidas diversas armas, inclusive fuzis com alto poder de destruição, explosivos, pólvora, granadas caseiras e coletes balísticos. Em meio às buscas, um dos investigados no Piauí chegou a reagir. Outro tinha uma barricada no portão de sua casa. 

O número de armas apreendidas em posse dos alvos surpreendeu os investigadores. No endereço comercial de um alvo – onde antes funcionava uma loja de veículos (hoje desativada), atualmente servindo de base para uma empresa de reciclagem – foi identificado um esconderijo de armas. 

Também foram encontrados em uma casa no interior do Maranhão peças de fardamento usado por policiais, o que indica que o grupo estava pronto para uma nova ação, segundo a PF. 

As investigações indicam que a quadrilha planejava um ataque para o final do ano passado, mas a ação foi adiada por causa da morte de um dos líderes, executado por outra facção. 

O inquérito foi aberto após a tentativa de roubo a um banco em abril de 2023, em Confresa (MT). Na ocasião, suspeitos foram presos e mortos em confronto. Um deles morava em São Paulo e integrava o PCC. 

A partir das informações sobre essa tentativa de roubo, foram descobertas outras ações semelhantes financiadas pelo PCC. O grupo está ligado a ações sanguinárias que levaram pânico e medo a Guarapuava (PR), em 2020, e também a Criciúma (SC),e Araçatuba (SP), em 2021

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade